Matías Viña foi um dos jogadores da equipe principal do Flamengo que se juntaram ao sub-20 na goleada por 5 a 1 em amistoso contra o Bayer Leverkusen (Alemanha). O lateral-esquerdo ainda persegue a condição ideal de jogo quase um ano após sofrer grave lesão na perna direita. Ele voltou a ser relacionado por Filipe Luís no mês passado, mas a comissão técnica ainda prefere segurá-lo, mesmo em um momento crítico no qual Alex Sandro e Ayrton Lucas, os outros nomes da posição, estão lesionados.
Ontem, na Gávea, o uruguaio atuou durante os primeiros 30 minutos do amistoso. Mesmo sem ter sido determinante, fez sua primeira partida como titular desde o problema na perna e teve boa oportunidade para ganhar ritmo.
— Jogo bom para eles (jogadores da base) aproveitarem, contra uma grande equipe. Quando me falaram da oportunidade de ter minutos, eu disse: "Sem problemas, pelo menos tenho alguns minutos e posso aproveitar esse momento também" — disse Viña à Flamengo TV.
Contratado da Roma (Itália) no início de 2024, o defensor se machucou em agosto, em partida contra o Palmeiras. Após dividida com o volante Fabinho, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito, o que atingiu também o menisco, além de ter fraturado a tíbia da mesma perna. A cirurgia múltipla foi feita de imediato, mas o processo de recuperação ainda não está completo.
O EXTRA apurou que a decisão de dar sequência a Viña está nas mãos da comissão de Filipe Luís, que espera jogos "mais apropriados", e avaliou que os últimos compromissos — além do Mundial, partidas contra São Paulo e Santos, pelo Brasileirão — teriam sido exigentes demais após ele ter sofrido com uma "lesão três em um" — LCA, menisco e tíbia).
Como o departamento médico liberou o lateral há algum tempo, e ele treina normalmente, tendo até entrado em dois jogos, o impasse reside agora em aspectos técnicos e físicos. Amanhã, em clássico contra o Fluminense pela 14ª rodada do Brasileirão, Varela deve continuar sendo improvisado na esquerda.
Desajuste técnico normal
Pedro também sofreu grave lesão no joelho esquerdo no ano passado, mas voltou mais rapidamente e já chegou até a atuar durante 90 minutos. No caso de Viña, porém, a região foi muito mais atingida. Fernando Sassaki, chefe do departamento médico do futebol do Flamengo, lembra que o uruguaio ainda precisou passar por outra cirurgia para melhorar o movimento do joelho, que aparentava uma atrofia.
— Quando a gente assumiu em janeiro (deste ano), chamou muita atenção essa atrofia. Então, a prioridade maior foi conseguir trazer força para essa região. De uma maneira controlada, que não o machucasse — relembra Sassaki ao EXTRA. — Focamos muito nesses exercícios de força. Teve um trabalho bastante específico na areia para diminuir o impacto. Conversamos com a equipe médica de fisioterapia no Uruguai, para saber como era antes e onde poderíamos chegar.
Em meio a uma recuperação considerada complexa, Viña teve uma postura considera exemplar dentro do departamento médico, seguindo os passos à risca e também tentando entender os processos que eram realizados. O lateral foi reintegrado aos treinos com o elenco no fim de maio, e agora resta se adaptar ao jogo de intensidade pedido por Filipe Luís.
— Ele foi evoluindo bem. Fez um trabalho importante na fisioterapia e na academia, e foi evoluindo bem. Depois de liberado, foi para a preparação física. Hoje, depois de, aproximadamente nove ou dez meses, ele está liberado. Acho que é uma questão técnica também agora. É normal que a parte técnica do atleta caia depois de tanto tempo afastado — analisa Sassaki.
Viña tem menos de 20 minutos em campo nesta temporada: sete deles na goleada por 5 a 0 sobre o Fortaleza, pelo Brasileirão, em 1º de junho, e nove no empate por 1 a 1 com o Los Angeles FC (EUA), na Copa do Mundo de Clubes, em 24 de junho. Com o elenco encurtando em momento crítico da temporada, sua volta pode ser crucial.