O nigeriano Ogundana Shola, considerado uma das grandes promessas da base do Flamengo, já não faz mais parte do clube. O jogador foi vendido ao Dínamo Kiev, da Rússia, após ter encontrado dificuldades para se firmar no time profissional. A decisão de sua saída foi explicada pela diretoria, que reconheceu o potencial do atleta, mas também as limitações de seu estilo de jogo dentro do atual contexto do Flamengo.
A Análise da Direção
Em uma participação no 'Barbacast', Alfredo Almeida, diretor da base flamenguista, abordou a situação de Shola. Ele utilizou uma metáfora interessante:
"Você pode ter a melhor colheita de maçãs do mundo, mas se aquilo que queremos é peras..."Essa afirmação reflete a ideia de que, apesar das qualidades do jogador, suas características não se encaixavam no que o Flamengo busca atualmente. O treinador do Sub-20, Bruno Pivetti, complementou a análise, destacando que o estilo de jogo do Flamengo exige um tipo de jogador que se adapte a uma abordagem mais proativa.
Estilo de Jogo e Oportunidades Perdidas
Bruno Pivetti explicou que Shola é um atleta que se destaca em situações de espaço, ideal para equipes que jogam de forma reativa.
"O Shola, essencialmente, é um jogador de espaço. Para um jogador desse tipo ter espaço para poder desenvolver a velocidade dele, geralmente uma equipe tende a adotar um futebol mais reativo", afirmou Pivetti. Ele citou um exemplo prático:
"No segundo tempo contra o Barcelona, as nossas melhores oportunidades foram conquistadas com bolas alçadas ao Shola no corredor esquerdo. Ele conseguiu desenvolver muito bem porque tinha espaço para correr."Esse tipo de situação, no entanto, é raro no Flamengo, que frequentemente controla o jogo e enfrenta defesas adversárias bem postadas. Pivetti ressaltou que, no contexto atual, a equipe profissional do Flamengo joga predominantemente no campo do adversário, o que limita as oportunidades para um jogador como Shola.
A Decisão de Vender
Diante desse cenário, a venda de Shola se tornou uma decisão lógica.
"A maior parte do tempo hoje, a equipe profissional joga no campo do adversário, tendo que furar esses bloqueios. As características de jogadores que se destacam nesse contexto são diferentes das de Shola", concluiu Pivetti. Assim, o Flamengo optou por liberar o jovem talento, que agora terá a chance de se desenvolver em um ambiente mais adequado ao seu estilo de jogo.
A saída de Ogundana Shola marca um capítulo importante na história recente do Flamengo, que continua a buscar o equilíbrio entre a formação de jovens talentos e as exigências do futebol profissional.