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— É um momento da minha vida em que depois de tanto tempo fora que essa oportunidade apareceu. Foi no momento certo. Poder voltar ao meu país depois de tantos anos foi algo que sinceramente me surpreendeu um pouco, mas estou muito feliz com essa oportunidade. Quero viver ela da melhor maneira possível e, sendo com um clube como esse, te dá só mais motivos e vontade de querer viver isso. Pelo elenco que tem, o treinador e pelo apoio dessa nação maravilhosa que sempre acompanhei de longe — comentou.

— Acredito que chegou o momento que voltar e criar minha história no país onde nasci e cresci. Eu nunca tinha jogado aqui. Depois de ter passado por dois países importantes e ter deixado meu legado lá, tinha vontade de vir bem para criar minha história no meu país e poder deixar aqui também. Optar pelo Flamengo hoje é fácil. Acredito que seja um clube e o elenco com as características dos jogadores e do treinador que se encaixam bem com as minhas. Foi a melhor opção — completou.

As partes entraram em acordo no início desta semana depois de Jorginho abrir mão de uma bonificação de aproximadamente 500 mil libras (R$ 3,8 milhões na cotação atual) para rescindir com o Arsenal a tempo de jogar a Copa do Mundo de Clubes. O jogador explicou a decisão:

— A vontade de viver tudo isso aqui é tão grande que a gente acaba fazendo muita coisa. E estou muito feliz pela decisão que tomei. E a expectativa para o Mundial é muito grande. É uma competição internacional que eu tenho muita vontade de jogar também. Acredito que seja isso.

O Flamengo vive a expectativa de poder contar com Jorginho já na estreia da Copa do Mundo de Clubes, no próximo dia 16, contra o Esperànce, da Tunísia. No primeiro contato com o elenco, o jogador fez um treino separado com a preparação física, mas também participou de uma parte da atividade com o grupo.

— A condição é algo que vou descobrir um pouco agora nos próximos dias. Tive uma parada, o último jogo foi em 25 de maio, mas fiz todos os exames, já treinei hoje. Estou me sentindo bem e com muita vontade de jogar. A questão dos 90 minutos e de começar jogando já não é comigo (risos) — comentou.

Jorginho chegou ao Rio de Janeiro na manhã da última sexta-feira. Ele fez os exames e foi ao CT para assinar contrato. Lá, encontrou o diretor José Boto e o técnico Filipe Luís. Neste sábado, teve o primeiro contato com o restante do elenco. O meio-campista estará na lista de inscritos do Flamengo para a Copa do Mundo de Clubes.

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Camisa 21

— Camisa 21 tem vários motivos. Recebi a lista de números disponíveis. Estava entre uma ou duas. Optei pela 21 porque foi o ano mais importante da minha carreira, com todas as conquistas que me trouxeram a maior alegria. O mais importante da carreira até agora (risos). Espero que o número me traga sorte para que eu possa ter muitas alegrias vestindo essa camisa. É o DDD do Rio de Janeiro, a data de nascimento de um dos meus filhos... É um número que já foi, está sendo e será muito especial para mim.

Convencimento da esposa

— Isso também foi parte do processo. Minha família é muito importante para mim, a felicidade dela (esposa) é importante. Ela nunca viveu fora de Londres, sabia que seria uma mudança muito grande, seria importante ter a certeza de que ela poderia ser feliz onde a gente fosse. O sim dela seria muito importante para tomar essa decisão. Era uma vontade minha, mas não tomaria uma decisão se fosse fazer ela infeliz em um lugar que não fosse se adaptar ou não pudesse viver. Acredito que ela tenha sido um fator importante também.

Melhor posição no campo

— Acredito que nesse momento, depois de ter vivido tantas coisas em modelos de jogos diferentes, acredito que conseguiria me adaptar independente do meu companheiro ao lado e do adversário. A posição que me sinto mais confortável é a de "5" pra poder ajudar na construção com a saída de trás e quebrar a pressão do adversário e facilitar o jogo dos meus companheiros. Mas sempre problema nenhum de jogar como segundo volante também. Me sinto confortável nas duas posições.

Futuro como treinador

— Já está querendo me aposentar, cara? (risos) Acabei de chegar. É algo que vem desenvolvendo muito dentro de mim e sempre senti que tinha esse "algo natural" para seguir essa carreira. Porém era algo que eu tinha muita dúvida, ainda tenho, sobre o quanto você tem que investir mais ainda sendo treinador. Então decidi começar a fazer as qualificações. No primeiro dia que fui treinar os meninos de 13/14 anos meio que me apaixonei. Então acho que é um linha futura que vou pensar, mas não agora.

Acompanhava o futebol brasileiro?

— Não acompanhava muito, sinceramente. Pela correria e pelo fuso, bem complicado. Perdi um pouco o contato por vários anos. Começou um pouco a voltar esse contato não agora, uns dois anos, três anos atrás. Depois que começaram as negociações foi onde comecei a acompanhar bem mais.

Adaptação

— Acredito que seja um cara que goste e consiga se adaptar bem às mudanças. As mudanças começaram cedo na minha vida, quando tinha 13 anos. Tive que me adaptar muito a muitas coisas. Adoro desafios. Acredito que é mais um desafio que estou muito motivado a ter.

Como brasileiros que atuam na Europa enxergam o Flamengo como marca e o que vem acontecendo nos últimos anos?

— Só posso responder por mim. Acredito que o principal é o seu desempenho em campo. Chego com muita motivação e vontade de agregar esse elenco que já é grande para poder ter grandes resultados e aí sim a marca Jorginho pode ajudar o Flamengo. Mas o primordial é você render bem e suar a camisa para representar bem essa Nação que é o mais importante.

Primeiro contato com Filipe Luís

— Começou hoje, primeira coisa do dia. Ele me chamou, fomos para a sala de reuniões, me mostrou alguns clipes sobre táticas, princípios e como ele quer que a equipe se comporte. Ele tem muita similaridade com as minhas características e com a trajetória da minha carreira. E acho que esse é um fator que pode ajudar a desenvolver o meu melhor futebol. Acredito que estamos no caminho certo para fazer um grande trabalho.

Passar informações sobre o Chelsea

— Acredito que o nosso treinador seja um cara que estude bastante e seja aberto para conversas e discussões para poder buscar melhores soluções possíveis para melhorar o grupo, que é o primordial. Obviamente não vou chegar falando, nunca fiz isso e nunca vou fazer, mas estou sempre aberto para as conversas. Sempre fiz isso e vou continuar fazendo.

Mudanças do futebol brasileiro

— Preparado para a mudança eu estou, mas com certeza precisarei aprender com o passar do tempo. São muitas mudanças, mas o desafio é bom e eu estou com muita vontade de poder viver isso e me adaptar da melhor maneira possível.

Carinho com a família

— Quando você tem uma mudança e é recepcionado dessa maneira, acaba facilitando tudo. Receber esse carinho está sendo maravilhoso para mim e minha esposa. A única coisa que quero é retribuir esse carinho com meu trabalho e tudo que eu puder fazer para que a equipe siga ganhando o máximo possível. É dessa maneira que eu quero retribuir esse carinho e esse amor do torcedor.

Ansiedade de viver o Maracanã lotado

— É algo emblemático que eu vi muito quando cresci. Então a ansiedade e vontade de vestir a camisa do Flamengo de jogar lá é grande.

Flamengo em comparação com a Europa

— Acredito que o Flamengo está em uma posição muito boa, com nível muito alto, de jogador, de estrutura, organização e todo suporte que estão me dando nessa mudança. Só temos a agradecer. Acredito que o Flamengo esteja em um nível muito alto.

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